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Amigos amantes do mundo, este espaço é dedicado à vocês.
Aqui relato algumas de minhas experiências em viagens, na maioria das vezes, feitas sozinha. Fatos, experiências, histórias, lugares e pessoas fascinantes que encontrei pelo caminho. E é claro, algumas precauções para uma viagem tranquila e radiante.
Também aceito dicas e experiências alheias. Trocas serão sempre bem vindas.
Beijos

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

La più bella Itália

Minhas férias de 2007 foram divididas. Assim, tirei 20 dias no início do ano e os 10 dias restantes, em julho. Para comemorar meus 30 anos, resolvi me presentear com uma viagem para a Itália e ocupar os meus 10 dias de descanso nesta viagem.
O sonho de conhecer a Itália me pertencia desde 1997. Foram 10 anos de espera! Ansia por conhecer a beleza e elegância dos italianos, a história viva nas ruas e principalmente, ver de perto a bella Toscana, descrita deliciosamente por Frances Mayes.
Como tinha apenas 10 dias e pouco tempo para arrumar as malas, resolvi deixar nas mãos de um especialista (MarcTur), a mesma empresa turística que me enviou para a Europa no início do mesmo ano. O meu trabalho foi escolher o roteiro e pagar...Não me lembro exatamente o valor do pacote, mas, incluindo passagem, hospedagem, traslados, alguns city tours e 2 refeições diárias, média de R$ 4.000,00.
O roteiro foi o seguinte: embarque em SP, com destino a Milão e escala em Madri, voando Ibéria (na ocasião mais barato que a TAM) e de lá, seguiamos de ônibus pelo país. Dois dias em Milão, dois em Veneza, com parada em Verona, 3 em Florênça, com parada em Pisa e Pádua e 3 em Roma, com paradas em Siena e Assis.
Meu voo saiu de SP no dia 16 de julho às 19:40. Cheguei em Madri às 10:35 do dia seguinte e, às 12:30 embarquei para Milão. Após 4 horas de viagem, cheguei na capital da moda italiana, onde a guia estava aguardando, a mim e a mais 10 pessoas. 
De ônibus pude ver rapidamente a cidade de Milão e suas belezas. Fomos diretamente ao hotel RE, localizado a 6 km do centro da cidade, e após um banho, fui dar uma volta pela cidade, já que estávamos no verão e dia demorava a escurecer. Perdida pela cidade, apesar de possuir um mapa (as ruas de Milão são bem confusas, cheias de diagonais), passei por vários bares superlotados de italianos chiquérrimos, lindos e esbeltos....praticamente uma passarela de desfile de modas. Nunca vi tanta concentração de gente bonita na minha vida! Tanto homens quanto mulheres, espalhavam a elegância Versace pelas ruas.
Eu, uma brasileira simplória (e de rasteirinha) fiquei com vergonha de entrar nesses mega lugares badaladíssimos...mas, em areependi...Dá para passar horas desfrutando a beleza e elegância (exclui a arrogância) dos milâneses.
Após um longo e prazeroso passeio, voltei ao hotel para descansar, pois sabia que o dia seguinte seria agitado. Ao deitar na cama, aliás o quarto era minúsculo, com uma cama de solteiro, uns móveis e um banheiro quase portátil, liguei a TV e vi o desastre do voo da TAM (aquele ocorrido no aeroporto de Congonhas). Nossa, fiquei chocada !!!
Abre ": cuidado ao reservar hotéis na Itália. Por tratar-se de um país antiguíssimo, os hotéis são velhos, pequenos e apertados...com decorações que beiram os séculos XVII e XVIII. Não se enganem pelas estrelas e sempre rebaixem a categoria, ou seja, você paga por um 4 estrelas, mas na verdade, ficará em um 3 estrelas (se tiver sorte).
Na manhã seguinte acordei, e durante o café da manhã (com pouquíssimas frutas), conheci vários brasileiros que estavam na mesma "excursão". Combinamos então de irmos ao centro da cidade, fazer um tour, antes de partirmos para Verona. Tomamos um metrô na estação Porta Romana (2 quadras do hotel) até a estação Duomo, por 1 euro e desembarcamos na praça com o mesmo nome, ao lado da imensa e belíssima catedral gótica do século XIV (em reforma na ocasião). Lá, conhecemos também a Galeria Emanuele, onde estão lojas como Prada e Gucci, o Palazzo Reale, a Piazza Scala, onde encontra-se um suntuosa escultura do fantástico artista italiano Botero, e o teatro Alla Scala. De lá, tomei o metro até a estação Lanza, onde visitei o Castelo Sforzesco (construído no século XV) e a Piazza Sempione. Após uma deliciosa caminhada, voltei (já atrasada) para o hotel.  
Para quem não se incomoda com os pombos, como os japoneses, há a oportunidade de alimentá-los na praça Duomo, onde existe a maior concentração dessa ave. Eu consegui apenas encenar uma posse para fotos!!!!
Fizemos uma parada aos aredores do lago de Gardia (maior lago italiano) para tomar uma birra (cerveja) e um gellato. Em seguida, fizemos um cruzeiro pelo lago, que estende-se por uma área de 370 km2.
Em Verona, lotada de turistas, fomos caminhar pelas ruas do centro da cidade, onde passamos pela Piazza Brà, Piazza delle Erbe e pela Arena, seguindo até a Casa de Giullieta. Lá, segundo o encantador romance de Shakespeare, morou sua heroina mais famosa. Por essa razão, por todas as paredes estão espalhados milhões de bilhetes de pedidos e cartas de amor, que segundo reza a lenda, dá sorte à aqueles que buscam sorte no amor, assim como, tocar os seios da estátua da Giullieta, localizada no pátio interno da casa. Adivinha se não deixei a minha marca!!!
Antes de partirmos para Veneza, jantamos uma bela pasta em um restaurante próximo a Piazza Brà (incluído no pacote).
Em Veneza, nos acomodamos no hotel Holiday Inn (padrão mundial e com péssimo café da manhã), localizado fora da ilha e, assim, muito mais acessível. Para entenderem melhor, Veneza está dividida entre a parte comuna, famosa por seus canais e a parte continental, onde me hospedei.
Na manhã seguinte, fomos até a parte histórica da cidade, onde só é possível se locomover através de barcos. Seguimos diretamente para a ilha de Murano, onde são produzidos os famosos (e caressímos) cristais. Lá visitamos a indústria Ferro-Lazzarini, onde pudemos observar a transformação do vidro em obra de arte e, é claro, babarmos diante de tanta beleza na loja. É tudo tão caro, que comprei apenas um brinco e 3 micro-peças de decoração. Vale mais a pena deixar para comprar nas lojas localizadas nas ruelas próximo a Praça São Marcos....
Quando desembarcarmos no centro histórico de Veneza, pude ver e sentir o formigueiro. A cidade estava tão lotada que era quase impossível caminhar. Era um dia muito quente, com temperatura acima dos 40 graus, onde pessoas do mundo inteiro se misturavam em uma perfeita Torre de Babel.
Seguindo o fluxo (era impossível andar na contramão), fomos até a Piazza de San Marcos, onde também está a catedral, para tentarmos tirar fotos. Antes, passamos pela Ponte dos Suspiros, que liga o Palácio Duccale a uma prisão, e chamada assim porque, segundo a lenda, os prisioneiros a atravessavam suspirando por ser a última vez a ver o mundo externo.
Na praça havia fila para tudo...entrar na catedral, subir no campanário, comer, sentar e até "brincar" com os pombos...Como estava muito quente, tinha que me espalhar em cada canto livre que encontrava.
Assim como é imperdoável ir a Roma e não conhecer o Vaticano, também é ir para Veneza e não andar de gôndola. Como não estava incluído no pacote, paguei o passeio a parte. Foi muito caro, mas valeu a pena.
Eu, duas senhoras, o gondoleiro e uma "fantástica e certeira" garrafa de champagne seguimos pelos canais venezianos. Dizem que Veneza esala um mau cheiro, mas não senti absolutamente nada...talvez omitido pelo extase de estar naquele lugar maravilhoso. Agora entendo porque tantos casais apaixonados escolhem Veneza para passar a lua de mel...no meu caso, tive que abraçar e degustar a velha e boa champagne (será que foi esse o objetivo do presente?!).
Depois do passeio, fui tentar comer alguma coisa...Uau! sentei na única mesa disponível que por sorte (na verdade mais azar do que sorte) ficava na praça São Marcos. Quando olhei o cardápio, me espantei e só pude pedir uma pizza, para poder sobrar um troquinho para a cerveja. NUNCA vi nada tão caro na minha vida...até o mais chiques restaurantes dos Jardins são desbancados. E olha que a pizza que comi, era uma fatia individual que só tinha molho de tomate e "cheiro" de mussarela. Para se ter uma idéia a cerveza (Moretti long neck) custou 8 euros... a mais cara que já comprei!!! 
Depois desse furto, resolvi dar uma volta e conhecer (tentar) a cidade. Com o mapa em mãos, segui pelas ruelas de Veneza. O lugar é muito charmoso! Margiei o grande canal, passando pela Ponte de Rialto, por diversas igrejas, praças e museus, até me perder...
No começo achei engraçado caminhar sem rumo pela cidade, enfim, estava com tempo sobrando e um mapa nas mãos. Mais a medida que comecei a não encontrar placas com localizações e pessoas pelas ruas, me preocupei....Eu andei tanto, mais tanto, que fui parar do outro lado da cidade. Nesse momento, tinha apenas 30 minutos para chegar até o porto....Desespero !!!! Perguntava para todas as poucas pessoas que encontrava pelo caminho, mas ninguém conseguiu dar a direção correta. Até que cheguei a uma plataforma, ao lado do rio e vi o por do sol. Nesse instante, pensei em desistir e ficar por lá !!!!!
Nossa!!! aquele sim é o local dos suspiros...
Mas aí retomei a consciência e pensei no dinheiro. Se perdesse aquele barco, teria que pagar outro transporte para voltar ao hotel, foi então que sai correndo (literalmente) por Veneza. Detalhe, a cidade continuava lotada e eu devo ter derrubado vários pelo caminho.
Por sorte, achei uma placa indicando a Praça São Marcos e fui a última a embarcar....pulando, já que a tripulação estava soltando as cordas.
Suando, vermelha e sedenta, sentei, quando quase perco novamente o fôlego ao avistar o maravilhoso "ajudante" do capitão, com seu uniforme branquinho e sua queimada de sol...NOSSA SENHORA !!!! Viva os italianos!
Amanheceu e logo após o café da manhã, seguimos para Pádua, conhecida por ser a cidade onde Santo Antônio passou a maior parte da sua vida, ou seja, capital internacional das solteironas desesperadas. Como as demais cidades italianas, Pádua é repleta de detalhes arquitetonicos, esculturas ao ar livre, jardins e grandes igrejas, como a Basílica de Santo Antônio. Caminhar pela cidade também é a melhor pedida. Passar pela Basílica de Santa Justina e pelo Prato della Valle é encantador. 
Já na Basílica de Santo Antônio, você encontra algumas peças de vestuário usadas pelo padre, bem como alguns restos mortais. Há também um jardim interno maravilhoso!
É óbvio que aproveitei para acender velas, rezar, me lavar de água benta e tocar em tudo que pertenceu ao santo casamenteiro...mas nem essa promessa "in locu" fez efeito!
De lá, partimos para Pisa, já na Toscana, cruzando os Apeninos, uma vista fabulosa dos morros altos e pontiagudos, tudo isso ao som de tardicionais canções italianas.
Pisa é famosa pela sua torre inclinada, localizada na imensa e arborizada praça Duomo. As visitas a torre são feitas em horários específicos e devem ser agendadas com antecedência, principalmente durante o verão, pois o número de visitantes é restrito. Na Praça Duomo também estão o Batistério, o Camposanto e a Basílica. Ah! Há a possibilidade de conhecer a cidade embarcando em um trenzinho, desses com palhaços alegrando (esforço) as pessoas.
O maravilhoso na Itália são as diversas fontes de água pura espalhadas pelas cidades. Basta comprar uma única garrafa e recarregá-la pelo caminho. Barato, prático e perfeito para os dias quentes do verão europeu. Na praça Duomo, em Pisa, é uma obra de arte. Um escultura de anjinhos! 
Antes de chegar a Florença, paramos em San Gimignano, uma pequena cidade medieval, fundada no século III d.C. Patrimônio da Unesco, essa pequena e charmosa cidade, nos remete aos filmes de grandes batalhas e disputas entre cavaleiros pela mão da princesa. Como a cidade fica no alto de um morro, a vista panôrâmica da Toscana, através do portal de entrada, é indescritível. Adorei a visita!
Enfim chegamos a Florença! Próximo ao horário do jantar, a programação foi comer, tomar um belo banho e dormir. O quarto do hotel como de praxe, minusculo, velho, com pouca ventilação e iluminação.
O hotel (Florencia Columbus) fica na Lungarno Cistoforo Colombo, avenida que percorre o rio Arno e, apesar de um pouco distante do centro, vale a pena a caminhada, pois além do rio, a avenida é arborizada e com extensos gramados perfeitos para um piquenique (já mostrado na novela Passione). 
Uma das cidades mais belas do mundo, a capital da Toscana, é um museu a céu aberto. Berço do renascimento e cidade natal (ou adotada) de ilustres figuras da nossa história, como Dante Alighieri e Da Vinci, Florença merece ser degustada delicadamente e com muita atenção para não perder nenhum detalhe.
Assim que acordamos fomos até o centro da cidade, onde a visita começou pela Igreja Santa Maria Novella, em seguida fomos a  Piazza Signoria, coração da cidade, onde concentram-se várias e famosas esculturas. Florença estava tão lotada, que foi impossível sacar fotos isoladas da multidão!
Seguindo em direção ao rio Arno, pare na Galeria Uffizi para apreciar obras de Botticelli e Michelangelo e pare, obrigatoriamente, as margens do rio para mirar a Ponte Vechio, construída em 1345. Vale a pena passar por ela, onde concentram-se pequenos comércios de jóias (e vários camelôs), mas a vista externa é mais agradável.
De volta ao centro, pare para tirar uma foto com o lendário javali prostrado na porta do Mercado (dizem que ao colocar a mão em sua boca, terá fartura. Não custa nada!!!), em seguida dispenda muito tempo e disposição para conhecer a igreja Duomo. Suntuosa em seus mármores verde, rosa e branco, esta construção é a quarta maior catedral do mundo e concentra obras belíssimas de Donatello e Ghiberti.
Além de visitar a catedral, vá também ao campanile, uma torre com infinitos degraus que são compensados pela vista extasiante da cidade. Cansa, confesso, mas é imperdível!
Em seguida, caminhamos em direção ao oeste da cidade, passando por ruas e praças tomadas por turistas e lojas de souveniers. Famoso em Florença são os bonecos de pau do Pinóquio. Você encontra em todos os tamanhos e utilidades, de fantoches a canetas....
O destino foi a Igreja de Santa Croce, que guarda 276 sepulturas de nomes imortais da história, como Dante Alighieri, Machiavelli, Galileu, Michaeliangelo, Da Vinci, Rossini, entre outros. As tumbas são verdadeiras obras de arte!!!
Depois de tanta cultura e deslumbre, chegou a hora das compras. Com um típico e delicioso gelatto em mãos, aproveitamos as promoções da Guess e Gucci.
Depois de ver tantas maravilhas dos mais famosos gênios da arte reunidas, restou energia para uma boa caminhada de volta ao hotel. Por fim, uma parada na Biblioteca Nacional.
Após um banho refrescante e um bom jantar, voltamos a Piazza della Signoria. Durante a temporada de verão há grandes e diversas apresentações noturnas nas ruas de Florença. Para ouvir uma boa música, ver apresentações de teatros, tomar uma "birra" e apreciar os bellos italianos. Álias, os policiais são uns espetáculos!
Se locomover de ônibus na cidade é bem tranquilo, mas se o corpo permitir, prefira as caminhadas.
Florença é um lugar para os que apreciam a arte clássica. Para os sonhadores que vêem a vida com olhos de poetas...É um lugar repleto de emoções. Imperdível !!!
Partimos na manhã seguinte em direção a Roma, antes uma passagem rápida por Siena e Assis.
Era domingo, e Siena, às 9 da manhã, ainda dormia. Tranquilamente, enfim, conhecemos a igreja de São Domingos, a catedral gótica datada de XII, com uma imensa estátua lateral da loba amamentando os irmãos Rómulo e Remo pois, segundo reza a mitologia romana, Siena foi fundada por Sénio, e seguimos até a famosa Piazza de Campo, patrimonio da Unesco e palco da famosa e emotiva corrida de cavalos chamada Palio de Siena que acontece nos dias 2 de julho e 16 de agosto. É mais uma pitoresca e fascinante cidadela medieval italiana.
Já na região da Úmbria, a cidade natal de São Francisco de Assis fica no alto das montanhas. Devotos de todo o mundo vão para lá a fim de conhecer a Basílica e rezar pelo santo, cujos restos mortais encontra-se em uma cripta de pedras no subsolo da igreja.
As ruelas são charmosas, mas há de ter muito folego para caminhar. Almoçamos em uma cantina tipicamente italiana, que mais parecia uma reunião dominical de família - Locanda del Podestà, que fica na Via San Giacomo. Mas tenham paciência...o serviço, assim como a cortialidade, não são pontos fortes na Itália. O melhor é entrar no ritmo deles para não se estressar...
Chegamos em Roma quase no horário do jantar. Após acomodações no hotel  Fleming, bem distante do centro, mas o melhor que ficamos, por ser mais novo e mais espaçoso. Na verdade, fiquei muito bem acomodada em um quarto com cama de casal (o primeiro da viagem) e com uma varanda imensa, até com cadeira de balanço, com uma vista panorâmica da cidade, perfeito para as noites quentes e estreladas que tivemos.
Após o jantar, fomos fazer um tour pela Roma Noturna....Ulalá!! Começamos pela romantica Fontana di Trevi. Na verdade estava tão lotada que para imaginar as cenas de Fellini era necessário fechar os olhos e literalmente se perder em pensamentos.
Cuidado, por ser uma região tipicamente turística, há diversos "trombadinhas". Se puder evite andar com bolsas e carteiras, principalmente a vista.
Como não queria gastar meus preciosos euros, joguei 2 moedas de dólares. Mais uma lenda romana: jogue a primeira moeda, de costas, para realizar o desejo e uma segunda, para mantê-lo.
Depois da bela, inspiradora e cinematográfica, Fontana di Trevi, continuamos nosso passeio pela romântica Roma noturna. A noite estava belíssima e super caliente, propício para caminhar. Passamos pelo Templo Adriano, Pantheon, Palazzo Madama e ao fim, um bello gellato italiano na Piazza Navona.
Depois dessa bela noite, voltei ao hotel para uma magnífica e merecida noite de sono!
No dia seguinte, um longo e fabuloso passeio ao Vaticano. Passeio extra, pago com muito gosto, que além do museu, visita a Capela Sistina, os jardins do clero e a estupenda Basílica.
Filinha básica na entrada no museu, mas compensada pela bela Guarda Suiça que circula pelas salas repletas de estátuas de marmore e quadros de fios de ouro. Indescritível aquele lugar!!! Tudo é glamuroso.
Para os mais cristãos, os olhares se voltam apenas ao exuberância do sagrado, desprovido da soberba  histórica católica. Não há tempo (e nem motivo) para questionar a origem e a razão de tanta ostentação, basta admirar. É apenas isso que aquele lugar pede.
Há muito a ser visto e ouvido. Não dá para visitar o museu sem um guia experiência, no meu caso, sedutor (como um bom italiano).
Agora, o impacto realmente é a Capela Sistina...O que foi  Michelangelo?! ESPETACULAR!!! O difícil é encontrar um espaço dentre tantos admiradores...Ao entrar na sala, a primeira recomendação é não fotografar...entendo a razão e apoio, mas quem que nesse momento a razão impera?! Vantagem para os emocionados e impulsivos fotógrafos é o acumulo de gente...dá para enganar os guias e policiais facilmente...ae olha que esse "jeitinho" não é só brasileiro, nossos amigos portugueses foram os primeiros a sacar fotos (será que isso também foi herdado?!).   
Depois desse impacto, circulamos pelas áreas externas e arborizadas do menor Estado do mundo até chegarmos aos subsolos, onde estão os restos mortais de todos os Papas que por lá passaram. Não preciso dizer que lá também é proibido fotografar, e por ser mais silencioso e bem menos tumultuado, os guardas estão atentos e arbitrários.
Por fim, a Basílica de São Pedro...Tudo é muito grande, alto e exuberante. Impressiona cada detalhe daquele lugar...é lindo! E mesmo com tanta gente e tanto ouro, é possível encontrar a paz (e rezar, refletir, pensar...). Ah! como é linda A Pietà...
Ao sair da Basílica, uma volta pela Praça São Pedro, não menos grande e fabulosa e, é claro, compras para manter o "padrão" eclesiástico. Na loja oficial do Vaticano, bem ao lado da Praça, encontrasse desde um simples botton do Papa até imensas e chiquérrimas esculturas sagradas. Tem muita opção, tudo ligado ao cristianismo, é claro, mas vou confessar que o preço é bem salgado. Ah! é possível deixar os presentes para serem benzidos pelos eclesiásticos e são entregues no mesmo dia, no hotel. Fiz e deu certo (o preço já está incluído na compra).
Após um belo e sustancioso almoço em um restaurante bem turístico ao redor do Vaticano (Papa Rex - Via Aurelia, 87), fomos caminhar e desbravar a Cidade Eterna.







    











sábado, 14 de agosto de 2010

Um feriado Porteño

Buenos Aires transpira e inspira romantismo. É claro que também é uma viagem para amigos e solitários, mas para os casais tem um outro sabor.
Feriado de Páscoa, programação a dois...mas para onde? A primeira opção era Campos do Jordão, mas já estava absurdamente caro, então, que tal Buenos Aires...Hoje é mais fácil e barato conhecer a Argentina do que viajar dentro do país (é preciso mais dos que as inúmeras campanhas do Ministério do Turismo brasileiro).
Há os que dizem que 3 dias em Buenos Aires é muito pouco, pode ser...mas com um mapa nas mãos, disposição e uma programação prévia, é suficiente para conhecer as atrações mais famosas, pois é uma cidade fácil de se locomover e localizar e propícia para longas caminhadas (torça por dias ensolarados).
Esta viagem foi maravilhosa, mas o desfecho foi tumultuado....Comprei as passagens pela decolar.com e dei preferência ao preço. É claro que comprei sabendo que faríamos 2 paradas, tanto na ida como na volta, mas confesso que não fiz maiores pesquisas a respeito.
A passagem de ida e volta custou R$ 691,00. Saímos de Cumbica às 15:30 (voo TAM), com escala em Ciudad del Leste e conexão em Assunção, e depois de toda essa volta, chegamos em Buenos Aires as 21:30.
Para a hospedagem, seguindo recomendações de amigos e do site hostelworld.com, escolhemos o albergue Milhouse Avenue (Avenida de Mayo, 1245, quase em frente ao Palácio Barolo). Três noites custou R$ 275,46 o casal, com banheiro privativo.
Assim que chegamos em Buenos Aires, tomamos um táxi credenciado pelo aeroporto, cujo valor pode ser pago em pesos ou dólares. O aeroporto é bem afastado da cidade e ligado por uma auto pista com velocidade controlada, mas a maioria dos motoristas são bem velozes. A nossa CET arrecadaria uma boa grana lá.
O hostel é bacanérrimo, RECOMENDADÍSSIMO. Grande, localizado em um casarão estilo francês do século XIX e bem conservado. Boa localização, a 3 quarteirões da Avenida 9 de Julho e próximo a Casa Rosada e Puerto Madero. A copa, onde serve o café da manhã, se transforma em bar e tem happy hour diariamente e, diferente de outros albergues, é permitido o consumo e venda de bebida alcoólica. No subsolo tem cozinha, sala de TV, banheiros espaçosos e bem decorados. Os quartos também são espaçosos, conservados e limpos. Melhor do que alguns hotéis 3/4 estrelas que já fiquei por aí. Sem falar do staff, super prestativo, e dos vários quadros espalhados pelo hostel com programações e dicas de atrações diárias.
Como chegamos tarde na quinta-feira, apenas fomos dar uma volta pela redondeza para sentar em um bar, comer alguma coisa e tomar uma Quilmes. Lá, assim como no Uruguai, o litrão é rei e as tapas fazem parte gratuita das copas. Fomos parar em um bar/café (há muitos cafés por lá, mas que na verdade são bares disfarçados) na esquina da 9 de julho com a Corrientes, próximo ao Obelisco. Mas acho que era um bar mais turista, até pela localização.
No dia seguinte, já com um mapa nas mãos nos programamos para conhecer 3 regiões de Buenos Aires. Tomamos um metro na própria avenida de Mayo, que mais parecia um bonde subterrâneo, e fomos rumo ao estádio do Boca Juniors, parada obrigatória principalmente para os amantes do futebol como eu. Na estação os guardas nos disseram que além do metro, era necessário tomar um ônibus para chegar ao estádio. Mas não foi tão simples assim. Quando chegamos na estação Constitucion, não encontramos o ponto do ônibus, porém fomos muito bem assistidos.
Li recentemente que os argentinos gostam mais da gente do que nós deles (gostamos deles?), e realmente acredito que sim. Um gentil policial nos encaminhou até o ponto, dizendo para tomarmos cuidado com nossos pertences e foi localizar o ônibus correto que nos levaria até o Boca. Não satisfeito, ficou conosco até o ônibus chegar e quase nos colocou lá dentro. Gratuitamente e com educação....a frase acima tem muito fundamento.
Uma dica: os coletivos argentinos só aceitam moeda, então não adianta pagar com nota pois o motorista não aceitará (1,10 pesos).
Quando chegamos ao La Bombonera, já lotado de turistas, optamos pelo tour expresso, onde você entra no estádio (em um lado da arquibancada inferior), sem guia e sem acesso ao museu. Mas para quem apenas tem curiosidade de ver um estádio/caldeirão e imaginar a sensação de estar em uma partida entre Boca e River na final do campeonato, é o suficiente.
Na loja do Boca, que fica na entrada do museu, tem de tudo, até lingerie oficial...fantástico.
De lá, fomos para o Caminito. Lotado de turistas, você é facilmente abordado por garçons e dançarinos de tango, além é claro, do sósia do Maradona que cobra para tirar fotos.
O bairro é famoso por suas cores, mas além das ruas ao redor do caminito, é sujo e mal cheiroso. Mas com certeza vale a visita.
Resolvemos seguir até San Telmo a pé. Caminhamos pelo bairro do Boca, seguindo a avenida Almirante Brown até chegar a Praça Lezama (esquina da Brasil com Paseo Colón), onde descansamos sob a suas árvores maravilhosas. Seguindo pela rua Defensa, você chega até a Praça Dorrego. No caminho passa por várias lojas de antiguidades e decoração, ponto forte do bairro e por várias livrarias. Na praça há muitas mesas colocadas pelos restaurantes da redondeza, perfeita para almoçar nos dias com temperaturas mais agradáveis. Os restaurantes proporcionam pratos executivos, com entrada (empanadas, que por sinal são deliciosas), prato principal, bebida e café, com direito a show de tango ao ar livre, em preços bem acessíveis.
Após o almoço, continuamos caminhando pela Paseo Colón, quando chegamos até Puerto Madero. Andamos muito...mas vale a pena se você gosta de boas caminhadas e principalmente de descobrir os detalhes da cidade que não estão nos guias.
Para mim, o lugar mais lindo da cidade é sem dúvida, Puerto Madero. Os docks antigos, foram reformados e se transformaram em lojas e restaurantes requintados. Os bancos, a Puente de la Mujer, os iates ancorados e os imensos e modernos prédios localizados do outro lado do rio da Prata, fazem desse lugar uma obra prima.
Sentar em uma mesa, tomar um bom vinho e ver o pôr do sol é uma ótima pedida.
Em seguida, fomos para a Casa Rosada, bem próxima do porto, mas como estava fechada, sentamos na praça de Mayo para um último descanso, antes de terminar nosso primeiro passeio pela capital portenha.
Seguindo pela Avenida de Mayo, você passa pelo Café Tortoni, o mais antigo da capital, que tem apresentações de tango e servem as típicas sobremesas argentinas. A fila para entrar estava imensa.
A noite, após as dicas de um recepcionista do hostel fomos para Palermo. O mais fácil é tomar um táxi, que costumam ser muito baratos e circulam por toda a cidade o dia todo, e descer na Placita Serrano. Na própria praça tem várias opções de bares e restaurantes, com mesas internas e ao ar livre, bem como em todo o bairro. Os restaurantes/cafés/bares ficam um ao lado do outro.
Escolhemos uma mesa, na verdade a única vaga, e pedimos um Malbec argentino (Trapiche - muito gostoso) e uma pizza (64 pesos no total). Para comer bem em Buenos Aires não é necessário muito dinheiro e nem restaurantes suntuosos. Para curtir o resto da noite, fomos dançar. Nos indicaram uma casa chamada Kika, localizado na rua Honduras, a 3 quarteirões da Serrano. Lugar bacana, com dois ambientes e com um público mais jovem, se não me engano o preço da entrada era 40 pesos. Há milhares de danceterias na redondeza, é só escolher. Oficialmente, as portas abrem as 11 da noite, mas o povo só começa a entrar depois da 12:30.
No dia seguinte fomos para o lado oeste da cidade. Seguimos a Avenida 9 de julho até a Plaza Libertad, que vale um pit stop pois é muito fofa, e já no bairro da Recoleta, pela rua Guido (cheia de edifícios residenciais charmosos) chegamos ao Cemitério. Parece um passeio mórbido e sem graça, mas na verdade suas criptas são verdadeiras obras de arte. Não esperem muito da tumba da Evita, que morreu como Perón, mas foi enterrada como Duarte. Para o desespero da minha mãe, tive que utilizar o banheiro do cemitério (necessidade irrevogável), que além de macabro é bem escondidinho.
Saindo do cemitério, passamos pela Basílica Nossa Senhora do Pilar e pela Buenos Aires Design, um grande centro comercial de decoração com objetos interessantes e autênticos. Em seguida, uma paradinha na Plaza Francia, onde aos sábados, domingos e feriados tem uma feira bem diversificada.
Atravessando a Avenida Figueroa Alcorta, fomos a Plaza de las Naciones Unidas onde está a Floralis Generica, uma gigantesca e maravilhosa escultura feita de aço e alumínio, em forma de flor. Seguindo pela Avenida del Libertador, encontramos o Museu de Belas Artes, a Biblioteca Nacional, a Faculdade de Direito e mais praças.
Continuamos nossa caminhada com destino ao bairro de Palermo, pela longa avenida Las Heras, passamos pela praça com o mesmo nome, terminando no zoológico e jardim botânico. Antes de chegar ao Zoo, mais exatamente a um quarteirão, fica o museu Eva Peron. Não chegamos a entrar no museu, a fome era tanta que preferimos entrar no restaurante da esquina (rua Lafinur, 3006) e degustar uma parrilla argentina. La Josefina é um requintado e elegante resto porteño que merece ser apreciado com delicadeza. Pedimos uma tábua de carnes que serve perfeitamente 2 pessoas e um litrão de Stella Artois (121,00 pesos).
Satisfeitos, continuamos a caminhada com a intenção de visitar o zoologico, mas desistimos. Dizem que é interessante, se estiverem dispostos vale a pena. Ao lado do Jardim Botânico, na Plaza Itália, tomamos o metro e voltamos para o hostel para descansar antes de mais uma noite em Palermo.
Depois de 2 dias de temperaturas super agradáveis (usando bermudas tranquilamente), a noite esfriou. Resolvemos ir até Palermo de metro, pois descobrimos que a estação Plaza Italia fica a alguns quarteirões da Plaza Serrano, seguindo pela rua Jorge Luis Borges.
Já que a temperatura caiu, preferimos um bar mais fechado e quentinho. O Malasartes fica ao redor da Serrano e é propicio para dias assim, além de ter um atendimento de primeira. Pedimos vinho, claro, mas dessa vez, a noite mereceu 2 garrafas (momento divã: simplesmente amor).
O domingo amanheceu preguiçoso. Estava frio, apesar do céu azul e do sol radiante. Então curtimos uma caminhada mais tranquila e sem pressa. Pela avenida de Mayo, chegamos até o exuberante Congresso Nacional. No sentido inverso da avenida, chegamos a Plaza de Mayo, Catedral Metropolitana e a Casa Rosada, que estava aberta para visitação guiada (e gratuita). Não há muito a ser visto, algumas salas, como a da Presidência e das Mulheres Argentinas (homenagem a todas que marcaram a história do país), os pátios internos e a famosa sacada, palco de grandes pronunciamentos... Adivinha se não rolou um momento Evita!
Depois é claro, voltamos para o Puerto Madero, aproveitar o dia ensolarado para sacar as últimas e inspiradoras fotos. Aquele lugar vale vários repetecos!
Antes de voltar ao hostel, passamos pela rua Florida, famosa por seus comércios, principalmente de artigos de couro e pela Galeria Pacífico, localizada em um edifício da belle époque portenha. Por fim, sentamos um pouco em um dos bancos da bela praça de San Martín, onde os argentinos se reunem em grandes eventos e comemorações, como na derrota histórica para a Alemanha nesta Copa.
Se a viagem tivesse terminado aí, seria perfeita, mas muita coisa aconteceu depois.
Nosso voo estava marcado para as 22:25, pela Pluna (se possível evitem essa companhia), com escala em Punta del Leste e conexão em Montevideu. Tratando-se de um voo internacional, solicitei ao taxista que nos levasse direto ao aeroporto Ezeiza, por onde chegamos. Chegando lá, fiquei preocupada quando não localizei nosso voo na tela. Agora, quando o mocinho do balcão de informações nos disse que aquele voo (o nosso) não saia daquele aeroporto e sim do outro (localizado no extremo oposto da cidade), estressei de vez.
Já disse que o aeroporto internacional fica bem afastado da cidade e, além de pagar 138 pesos a mais de táxi nessa brincadeira, nosso tempo estava começando a ficar escasso. Os motoristas já aceleram normalmente na auto pista, imagina então quando exigi que o taxista corresse. Nesse caso, sorte nossa!
Quando chegamos no Aeroparque (aeroporto doméstico que fica a apenas 15 minutos do centro da capital), a menos de 1 hora da decolagem, fomos informados no checkin que o voo estava atrasado. Ai consegui respirar mais aliviada, sem imaginar o que estaria por vir.
Informações sobre os aeroportos: apesar de ser uma rota internacional, todos os voos com destino ao Uruguai, seja Montevideu ou Punta, saem do Aeroparque e não de Ezeiza, em decorrência da curta distância e da grande frequencia. Pena que só descobri isso bem tarde.
Voltando... a moça do checkin também mencionou a necessidade de retirarmos as bagagens assim que chegássemos ao aeroporto de Punta. O motivo ficou meio confuso de entender e mesmo achando estranho, concordei.
Nesse momento, já estávamos cansados, com sono e fome. Quase uma hora depois do horário, conseguimos embarcar para Punta. No voo estávamos nós e mais 3 passageiros, parecia um jatinho particular.
Depois de 1 hora de voo, chegamos ao aeroporto de Punta (deserto), e como solicitado, retiramos as nossas malas e fomos em direção ao checkin da Pluna. Surpresos (e preocupados) ficamos quando vimos todos os balcões fechados. Aí, vi que a única sala aberta e acesa, era a loja da Pluna. Fomos até lá, quando ao mostrar o cartão de embarque para Montevideu, fomos informados pelo funcionário que o "voo" que comprei era na verdade, uma passagem rodoviária. E o pior, o mesmo senhor nos disse que isto sempre acontece com os brasileiros, ou seja, somos enganados pelas empresas de turismo.
É claro que enviei uma reclamação formal a decolar.com. Tive alguma resposta? Não, portanto NÃO RECOMENDO este serviço. Não imaginava que a distância entre Punta e Montevideu fosse de apenas 2 hrs de ônibus, além do mais, na nossa confirmação de voo enviada pela decolar, não constava que tratava-se de uma passagem rodoviária neste trecho.
Além do cansado e do estresse, fiquei insuportavelmente furiosa e indignada, e ainda por cima, por ser quase 1/2 noite, não havia táxi no aeroporto. Outro detalhe importante: o horário do nosso "ônibus" era 4:45 da madrugada, ou seja, tínhamos que esperar 5 horas naquele lugar vazio e gelado.
Acredito que o funcionário da Pluna ficou tão sensibilizado que se moveu para conseguir adiantar o nosso embarque até Montevideu. Fez umas ligações e nos incluiu no próximo ônibus.
Ah, só que é claro que o motorista do ônibus não iria se disponibilizar a entrar no aeroporto e nos "resgatar" na porta. Tivemos que ir até a rodovia e espera-lo em um lugar super ermo. Isso sem contar o frio congelante.
O ônibus também chegou atrasado e não havia mais espaço no bagajeiro para as nossas malas. Tivemos que carregá-las conosco para dentro do veículo. Sabe aquela famosa lei da física que diz que 2 corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Pois é, Newton foi um gênio!
Além disso, era um ônibus da COT (aquela empresa que descrevi na postagem sobre o Uruguai) e super pinga-pinga, parava de 5 em 5 minutos...Dava para dormir?!
Chegamos no aeroporto de Montevideu (enfim), umas 2:30 da madrugada e o nosso voo para SP estava marcado só para as 12:35 p.m. (nunca mais compro essas promoções micos). Fui até o checkin da TAM (pois era por essa cia que estava marcado a nossa volta) para tentar antecipar o retorno. Outra surpresa! o mocinho me disse que o nosso voo não era TAM e sim Pluna (aiaiaiai....não tinha mais forças para a fúria).
Acontece que o balcão da Pluna ainda estava fechado e enquanto isso, ficamos vagando pelo aeroporto a procura de um lugar para deitar e tentar dormir um pouco. O aeroporto de Carrasco é lindo, novinho, mas apesar de suas poltronas serem chiques, não são nada eficientes. Só encontramos bancos funcionais para uma dormidinha, no mezanino. Como estava insuportavelmente frio, não conseguimos.
O checkin da Pluna abriu apenas 1 hora e 1/2 antes do voo e só conseguimos ser atendidos 30 minutos antes do embarque. Já morimbundos, conseguimos antecipar o voo, pagando uma "singela" taxa de 100 dólares.
Acontece que além disso, tivemos que pagar taxa de embarque (cobrada extra passagem nesse aeroporto) de 62 dólares e lidar com a falta do papel de declaração de entrada no país, que não nos foi dado. Nisso, a funcionária da Pluna estava nos apressando, namorado resolvendo a questão da declaração e eu pagando mais uma taxa.
Sempre ouvi aquelas vozes nos aeroportos chamando as pessoas atrasadas para embarque imediato, mas nunca imaginei que pudesse ser uma delas. Foi assim, fomos "dispensados" da declaração, na verdade passamos direto pela alfandega uruguaia e seguimos literalmente correndo até o portão de embarque, acompanhados de uma funcionária da companhia. Assim que sentamos no avião, decolamos. Pelo menos, conseguimos dormir duas horinhas!
Chegamos em SP cansados e mau humorados!! Agora da para entender porque comecei a minha publicação sobre o Uruguai dizendo que tinha que desfazer a primeira má impressão?!
Apesar de todos esses acontecimentos, a viagem a Buenos Aires foi maravilhosa. Deu tudo certo no final. Foi mais uma super aventura!
Como disse um certo alguém: "Há coisas na vida que deveriam durar para sempre. Aquele final de semana em Buenos Aires é uma delas". Amei, recomendo e volto com certeza.







































quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Uruguai no inverno

Tive uma passagem rápida pelo Uruguai em abril de 2010, quando voltava de Buenos Aires, e para desfazer uma má impressão, resolvi voltar, agora com mais tempo e dedicação.
Comprei uma passagem relativamente barata pela Gol, com escala em Porto Alegre (R$ 340,41 ida e R$ 141,72 volta, sem taxa de embarque, cobrado lá no aeroporto de Carrasco) e reservei 6 noites em um albergue no centro de Montevidéu, é claro, com banheiro privativo.
Eu e uma amiga embarcamos no dia 30 de julho, inverno gelado no Brasil e frio insuportável no Uruguai! Li que a temperatura estaria entre 8 e 9 graus, mas ao chegar em Montevidéu senti o que é realmente frio. Sob uma temperatura de 4 graus e rajadas de ventos, Uruguai me deu boas-vindas.
Antes da viagem, como sempre, busquei informações sobre o país e entre elas, li que os homens uruguaios são muito bonitos e relativamente fáceis. Assim que cheguei no aeroporto, vazio, avistei 2 semi deuses. Já me empolguei!!
Como chegamos de madrugada, a melhor opção (única na verdade) era tomar um táxi até o hostel e para agilizar o processo e não mais adiar o sono, utilizamos o serviço credenciado no aeroporto. É claro que saiu mais caro (480 pesos uruguaios), mas aceitam dólar, pesos, cartão e até real.
No caminho até o hostel, além de me assustar com os termometros, pude ver uma cidade elegante, com casas estilo americano e extremamente charmosas, além do rio da prata, que os uruguaios adoram chamar de mar.
O Hostel El Viajero Downtown, localizado na calle Soriano, próximo a Cidade Vieja, é agradável, com quartos e banheiros limpos, ao contrário da cozinha. O staff é simpático e prestativo, principalmente o gigante Sebastian, mas há poucas informações sobre a programação local (talvez porque não haja programação de inverno). Preço total da hospedagem: 5.000 pesos (aproximadamente 245 dólares) para duas pessoas.
É claro que esse frio todo não nos impediu de conhecer a cidade. No sábado, com um mapa e um guia na mão, saímos para caminhar e explorar. A partir da Plaza da Independência é possível caminhar pela Cidade Velha na peatonal (caminho de pedestre) Sarandí, que parte da Puerta de la Ciudadela e termina no rio da Prata. Durante essa caminhada é possível ver o Museu Torres García, o Cabildo de Montevidéu, a feira de artesanato, a Plaza Matriz, o Templo Inglês e o Museu da Palavra. Por fim, uma vista do rio.
Passagem e parada obrigatória é o Mercado del Puerto, cheio de restaurantes com a autêntica parrilla uruguaia, bem mais exóticas que as argentinas e é claro, que as nossas. Mas vale a pena o risco...Também não deixe de experimentar "medio y medio", uma mistura de champagne e vinho branco, bastante consumida no país.
Antes de sentar em uma das inúmeras mesas, ainda disponíveis, do mercado para degustar a parrilla, resolvemos dar mais volta pela Ciudad Vieja. Ao sair do mercado, vimos uma muvuca estranha. Jovens gritando, correndo, cobertos de farinha e ovo. Em princípio achamos que fosse comemoração de aniversário (pelo menos aqui é nessas ocasiões que esta cena acontece, entre os adolescentes é claro), mas não era bem isso. Afastada do movimento com medo de tomar uma ovada, ouvi que tratava-se da comemoração de conclusão do curso de medicina.
Mais algumas fotos e tempos (e ventos) depois, já com muita fome, voltamos para o Mercado para almoçar. Neste momento, encontrar uma mesa foi mais complicado já que os "fedidinhos" médicos também estavam com fome (os ovos não foram suficientes). Escolhemos um restaurante (são praticamente iguais) e solicitamos uma mesa. Na espera, degustamos mais um copinho de medio y medio (sedente por cerveja na verdade).
Assim: os paulistanos são exigentes por natureza e mal acostumados. Temos os melhores restaurantes, todas as opções e um serviço de excelência. Isso tudo é muito bom, mas temos que deixar um pouco de lado quando estamos dispostos a conhecer e experimentar a cultura alheia (pena que nem todos fazem isso). O atendimento demorou um pouco e o mais interessante, há um costume de compartilhamento. Essa coisa de molhinho único por mesa não existe. O chimichurri (molho picante a base de azeite e alho, com salsinha, óregano e páprica) é delicioso e tem que ser experimentado, mesmo que antes tenha passado por várias colheres diferentes. Se o seu nojo é excessivo e incontrolável, feche os olhos, mas não deixe de experimentar.
Claro, pedido obrigatório - churrasco. Pedimos o prato para 2, com saladinha e pão, acompanhado de uma Patrícia, uma das deliciosas cervejas uruguaias. Quando a parrilla chegou, quase me perdi no meio das carnes (não identificáveis). No prato, ou melhor, na grelha, tinha um bifinho e uma linguicinha normais, pimentão, chinchulin e morcilla (conto o que é no final). Gosto muito de assistir o programa do Andrew Zimern na Discovery, mas não tenho a metade da coragem dele para experimentar coisas exóticas. Deixei a morcilla e o chinchulin de lado, quem sabe para uma próxima vez, apesar de que depois que fiquei sabendo do que era feito, acho que nem depois...
Depois de muita carne e Pilsen (a Skol mais encorpada deles), voltamos a caminhar para fazer o processo digestivo. Nesse momento, o mercado continuava lotado, só que quase exclusivamente de melecados médicos (até que tinha uns pegáveis).
Dica: não saia na rua, durante o inverno uruguaio, apenas de moletom...casacos, cachecol, luvas e toquinha são imprescindíveis! Ah, leve também óculos de sol e guarda-chuva. Quem mora em SP está acostumado a carregar esses objetos sempre na bolsa.
Para trocar dinheiro, vá até a Avenida 18 de Julho, no centro e não entre na primeira casa de câmbio. Vale a pena pesquisar. Os valores mudam de um lugar para o outro. O melhor câmbio que achei foi na Regul (Av. 18 de julio, 1126), próximo a Plaza Cagancha.
Depois de muito andar, já escuro em Montevideu (isso acontece por volta das 18 hrs no inverno), voltamos para o hostel. Ducharse e descansar para a balada, enfim era sábado...
Também tinha lido que na Ciudad Vieja (próximo ao hostel) a noite fervia, mas acho que quem escreveu isso só conhecia a cidade no verão. Enfim, fomos a pé (frio insuportável) até o bar-balada (alias, danceteria lá se fala boliche) El Pony Pisador (várias recomendações). Esse horário, umas 11:30 p.m., as ruas já estavam bem vazias, então resolvi acelerar o passo. Sem problemas, mas cuidado, apesar de Montevideu ser considerada uma das cidades mais seguras da América do Sul, mulher (es) sozinha(s) é abordada e até seguida...
Quando chegamos no bar, ainda havia mesa disponível (uma única), pedimos uma cerveja para começar. Um adendo sobre a cerveja: lá, não é costume beber long neck e copo, latinha então é peça de museu, o negócio é LITRÃO....Na verdade, bebe-se muito litrão (Pilsen, Patricia, Norteña e Zillertal), mas a praticidade pede uma garrafa tamanho normal. E é assim na balada: você não chega no balcão e pede uma cerveja, esperando algo singelo. Tem que ter força, disposição e muito equilibrio para andar no meio do povo e dançar, segurando o litrão (no caso o casco com 960 ml de líquido cevado). Ah, sem falar nos uruguaios, que adoram piropos (xavecar) as brasileiras, mas demoram para engatar uma segunda...piropo daqui, piropo dali....
El Pony Pisador é o lugar! Uma das melhores baladas que já fui (contando as inúmeras visitadas aqui em SP). No começo, sentadinha, tomando umas e ouvindo a bandinha uruguaia tocar rock e outras coisas mais (o vocalista álias podia tocar na minha banda, ops! mas não tenho uma). Depois do efeito coletivo do litrão, recolhem-se a banda e as mesas e todo mundo começa a dançar ao som do DJ. Sabe aqueles lugares totalmente ecléticos, principalmente no estilo musical. Este é o lugar: relativamente pequeno (para chegar ao banheiro tem que subir uma infinita escada), lotado de uruguaios (não encontrei outros estrangeiros perdidos), o que é bom, pelo menos para mim, gente bonita (corroborando com a reportagem sobre os uruguaios) e divertido acima de tudo. Lá, eu dancei rock, axé, samba, funk, salsa, sertanejo (João Bosco e Vinícius) e a dramática (e mexicana, desculpe a redundância) música uruguaia.
Eu simplesmente sou tarada por homem que sabe dançar e não tem vergonha de mostrar. E melhor, foi uma surpresa! Não tinha ligo em lugar nenhum esse dote uruguaio. Eles cantam, eles encenam e dançam muito. Me acabei....aprendi vários passos e dancei muito. Fora o litrão...É ou não é a melhor balada!? Pelo menos para quem gosta de diversão, com certeza.
Se as 11 da noite a cidade já estava quase deserta, imagina as 5 da manhã!!!
Nem preciso mencionar que não conseguimos acordar a tempo de desayunar. O Ministério da Saúde adverte: o litrão derruba...literalmente.
O domingo parecia ainda mais gelado. O vento faz com que a sensação térmica seja muito inferior a temperatura real, que já era 5/6 graus.
Como no dia anterior tínhamos andado a 18 de julio inteira, resolvemos tomar um ônibus dessa vez. É muito fácil utilizar esse meio de transporte. Tem bastante opção, dependendo da linha são limpinhos, confortáveis e acima de tudo baratos. Lá o preço varia de acordo com o percurso, quanto menor, mais barato. Por exemplo: a linha Ciudad Vieja até Terminal Tres Cruces, que passa por toda 18 de julho, custa 10 pesos (1 real). Ah, e o passageiro pode descer tanto por trás, quanto pela frente, pois não há cobrador e roleta.
Nesse dia, fomos até o Estádio Centenário (feio, mal tratado e fechado), passando pelo Parque J. Batlle y Ordoñez, próximo a famosa e extensa avenida Itália, caminho para o aeroporto. Posso afirmar que o Sr. Artigas (herói da independência e deus dos ventos - título nosso), foi bem generoso nessa região.....Puta frio !!!! Onde os ventos se concentram...
Para tentar aquecer os dedos petrificados, fomos almoçar. Lugar fechado, ar quente, comidinha (com refrigerante dessa vez). Fomos em uma das lojas La Pasiva, uma rede famosa de restaurantes uruguaios. Lá você encontra de tudo...Gostoso!!! Vale a pena. Ravioli + refrigerante + pão + café = 176 pesos ou 18 reais.
Respiramos fundo e fomos enfrentar o frio novamente, enfim, desbravadoras sempre enfrentam os obstáculos. Descemos a Avenida Gal Artigas, onde fica a embaixada brasileira (avenida muito bonita por sinal) e chegamos até o Parque Rodó, onde tem uma feirinha até as 16 hrs, um lago com pedalinhos, exposição ao ar livre e gente louca (cuidado, você pode ser abordado por uns alienígenas ou coisa do gênero). Sério, vale a pena a visita, mas fiquem atentos a sua volta.
Na saída do parque em direção ao rio, de uma passada no Cassino, pelo menos para conhecer (mochileiros: deixem seus pertences na chapelaria). Em seguida, tentamos seguir pela Rambla Presidente Wilson, beirando o rio, mas o vento quase nos derrubou.
Já voltando para o hostel, passamos no supermercado Disco, que só perde para a rede Ta Ta, e compramos Norteña (no mercado a garrafa de 1 litro custa 46 pesos com envase, na balada de 80 a 90).
A noite tentamos ir na Fun Fun, uma casa de música uruguaia, localizada na rua Ciudadela, mas como não encontramos (ponto fraco de Montevidéu: dificuldade de encontrar placas com nome das ruas), fomos a um Pub "The Shannon", localizado na Bartholomeu Mitre, 1318 - Ciudad Vieja. Música muito boa (ao vivo), assim como a pizza.
Na segunda aproveitamos para conhecer Punta del Leste, a 2 hrs de ônibus (145 km) de Montevidéu. Também é muito fácil se locomover no país. Há muitos ônibus intermunicipais que saem constantemente do Terminal Tres Cruces, localizado no subsolo do Shopping com o mesmo nome. As passagens também tem preços bem acessíveis, para Punta por exemplo, o valor é 144 pesos (15 reais). Para se ter uma idéia, uma passagem de SP a Americana (132 km) sai R$ 29,00.
Há 2 empresas que fazem esse trajeto: Copsa e Cot. Fomos nessa última, mas torçam para não ser a vez do "podrinho". A companhia tem ônibus novos, mas ainda mantem os antigos circulando e para nosso azar, só andamos nesse.
As partidas são pontuais, as estradas razoáveis e a viagem, consequentemente tranquila. Punta no inverno estava as moscas. É muito bonita, com construções megas, mas é feita para o verão. Não há nada para fazer fora da alta temporada. Valeu para conhecer, principalmente o porto, com seus fabulosos iates e o monumento La Mano (famoso dedinhos), localizado na Praia Brava. Não chegamos a conhecer a Casa Pueblo, em Punta Ballena (cerca de 1/2 hora de Punta), que dizem ter a melhor vista do pôr do sol. Fica para a próxima!
Almoçamos em outra rede uruguaia famosa - Il Mondo della Pizza (Avenida Gorlero - a mais famosa de Punta), mas como tudo lá em Punta é mais caro, pagamos 220 pesos o chivito (sanduíche de mignon) e 140 o litrão da Pilsen (total: 36 reais).
Punta é pequena e você consegue ver quase tudo em poucas horas, principalmente no inverno. Como fica localizada no estreito entre o Atlântico e o Rio da Prata, venta muito o que nos incentivou a voltar para Montevideu mais cedo.
No dia seguinte fomos a Colonia do Sacramento, a cidade mais antiga do Uruguai, descoberta em 1680 e declarada Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade. Fica a 2 hrs e 45 minutos de ônibus da capital. Novamente tomamos um coche no Terminal Tres Cruces e por 179 pesos você faz um passeio em direção ao sudoeste do país. O interessante é que Colonia está a apenas 50 km de Buenos Aires e esta viagem pode ser feita de Ferryboat pelo Rio da Prata.
Existem 3 opções de empresas rodoviárias (COT, Turil e Chadre). Devido a experiência com a Cot (lembra do podrinho?), fomos de Turil. Você pode comprar passagem de ida e volta e deixar essa com data e horário em aberto, com validade de 60 dias.
Próximo a Colonia já enxergamos as estancias coloniais, estilo Texas e Novo México, com vastos campos....muito lindo.
Colonia é uma cidade pequena, mas aconchegante. Tem a parte mais nova (isso significa uns 300 anos) e a Ciudad Vieja, colonizada por portugueses. O Terminal de ônibus fica próximo a Avenida Gal Flores (principal), que seguindo chega ao bairro antigo, com ruas de pedras e construções do século XVII.
O gostoso é caminhar pela cidade velha, mas cuidado com torções....se esta não for sua opção favorita, existem carros de golf e triciclos que podem ser alugados.
Começando pela Puerta de Campo você obrigatoriamente tem que passar pela Calle de los Suspiros, Plaza Mayor, Farol de Colonia, ruínas do antigo Convento de São Francisco, Igreja Matriz e Bastion del Carmen. No final do passeio, sente (ou deite) nos banquinhos espalhados pelos mirantes ao longo das margens do rio, e curta a vista....É maravilhoso.
Lá sim vale a pena passar uma noite. Não vi, mas acredito que o pôr do sol seja fascinante.
Para almoçar tem uma opção barata na esquina da Gal Flores com a Ituzaingó, o Mercosur. Lá aceita pesos uruguaios, argentinos, dólar e real, só não aceitam cartão. Há também a opção da rede La Pasiva na mesma rua Gal Flores.
Saímos de Colonia as 18 hrs e assim que chegamos a Montevideu, parada obrigatória no Ta Ta para a compra do último litrão...na verdade, resolvemos fazer a noite do vinho (Tannat é claro) e para completar, pãozinho quente e cream cheese, enfim era meu aniversário....
Nosso voo de volta ao Brasil saia às 5:50. Optamos por não dormir (difícil!!!). Tomamos o táxi às 3 (alta velocidade) por metade do preço da chegada e tranquilamente esperamos o horário do regresso. Ah! não esqueçam de guardar 36 dólares para pagar a taxa de embarque lá no aeroporto.
Adorei o Uruguai. O povo é maravilhoso, solícito e simpático. O país é fofo e acolhedor. O que mata é o frio, principalmente para nós que não estamos acostumados. Mas como disse o taxista, tenho que voltar no verão.
Ah, já estava me esquecendo...Morcilla é sangue de vaca coagulado (o nosso chouriço) e chinchulin é instestino fino....Aceita provar?






















terça-feira, 27 de julho de 2010

A Maravilhosa Barcelona

Barcelona faz parte do capítulo da vida: lugares que TENHO que conhecer antes de morrer. Pois é, Barcelona é destino obrigatório para qualquer turista, principalmente os que buscam agitação e muita cultura.
A partir da estação de trem Chamartín em Madri, é possível reservar (compre a passagem com antecedência) um "coche" até Barcelona. Se puder pagar mais caro, prefira o fast train. Na ida, consegui comprar um lugar em um vagão leito, pois além de ser uma viagem noturna, dura aproximadamente 9 horas. São vagões pequenos (2 beliches super apertadas em cada vagão), onde era impossível se mexer e respirar, pois quase beijava o teto e ainda por cima, dormi abraçada a mochila, com medo de assalto. Barcelona além de muitos turistas, tem muito trombadinha...Atenção redobrada !!!
Chegamos cansadas na estação Sants e de lá tomamos um trem até a Praça Catalunya, no centro da cidade.
A língua catalã é bem diferente do espanhol dito em Madri. Várias palavras incompreensíveis que precisam de um símbolo ou uma dedução auxiliar.
Já havíamos reservado um hostel em Barcelona, há 4 quarteirões da Praça Catalunya, mas apesar disso demoramos umas 2 horas para achar o local (inexistente no mapa). Há muitas ruelas sem identificação, o que dificulta a localização. Os albergues em Barcelona são uma boa opção para mochileiros e hospedagens curtas.
Quando finalmente encontramos o hostel, o desejo era dormir. Infelizmente não me lembro o nome desse albergue, mas, além de ter banheiro compartilhado, comum nesse tipo de hospedagem, o quarto era sujo (vi baratas a noite), com apenas uma cama de casal. Por isso, vale a pena reservar antes em lugares com indicação de frequentadores.
Depois de tomar um resistente café da manhã, fomos curtir a cidade. Era verão e o sol brilhava.
Barcelona é realmente belíssima, com uma arquitetura autêntica e translumbrante, sem falar no povo, bem solícitos e sorridentes.
Optamos pelo ônibus turístico para conhecer um maior número de atrações. Há duas ou mais opções de rotas e você pode comprar o passe válido por 1 dia, assim é possível descer no lugares mais atrativos e esperar pelo próximo ônibus para continuar o passeio.
A primeira parada foi a Casa Milá ou La Pedrera, lá, além da arquitetura pode se apreciar também o museu Gaudí...Aplausos incessantes para esse gênio.
Passamos pela Diagonal, Plaza da España, pelo museu de Arte Nacional da Cataluña, pueblo espanyol, Montjuic, Fundació Miró e pela Vila Olímpica, região portuária (Port Vell) revitalizada para sediar as Olimpíadas de 92, ao final da famosa Ramblas, que se inicia na Plaza Catalunya, que abarca bares e restaurantes, praia, coqueiros, veleiros e iates e muita gente bonita.
A noite fomos para o Maremagnum, um espaço com casas noturnas, bares e restaurantes, próximo a Vila Olímpica. Você pode cambiar de um lugar a outro, mas como em Madri, os homens são bem salientes e sem reservas para expressar o seu desejo sexual.
No dia seguinte fomos ao Museu Picasso. MARAVILHOSO !!!! Depois seguimos a Sagrada Família, que também dispensa apresentações. Mas não vale a pena entrar na igreja, ainda inacabada, fique apenas admirando e fotografando a parte externa.
O bairro gótico e a sua catedral também são atrações indispensáveis. Em decorrência da Festa de São Thiago, o bairro estava lotado, principalmente de "velhinhos", dançando e cantando, super animados. Na volta para o hotel, encontramos uma senhora muito fofa no metro que conversou conosco e até nos convidou para tomarmos chá em sua casa. Uma graça!
Quando voltamos ao hostel, conhecemos um americano muito bonito, o Billy, que também estava viajando sozinho pela Europa. As meninas se empolgaram com o rapaz e o convidaram para sair a noite. E é claro que ele aceitou.
Primeiro fomos ver o espetáculo das águas na praça em frente ao Museu de Arte Cataluña. Muita luz e música, diante de um grande show. Depois, fomos novamente no Maremagnum e em seguida a uma boite mais afastada (Luna Mora, ao lado do Planet). As danceterias fora do complexo do Maremagnum são mais sofisticadas, mas também cobram taxas caras e gostam de implicar com estrangeiros, portanto, vista-se discretamente. Por sorte, um dos seguranças do local era brasileiro e facilitou a nossa entrada (o local estava lotado) e também permitiu a entrada do Billy que, por ter o cabelo raspado, foi proibido de entrar pela porta da frente.
Mais esse tal de Billy acabou dando dor de cabeça. Bonitinho, mas ordinário. Dançava muito e sobre o palco, se exibindo demasiadamente. De repente sumia...Comportamentos muito estranhos. Até que ressurge, carregado por um segurança que o encaminhou para fora do local. Fomos ver o que estava acontecendo e Billy nos disse que foi retirado do banheiro porque estava dormindo, mas segundo o segurança brasileiro, ele foi pego cheirando cocaína. O pior é que o americano disse aos seguranças que estava com a gente e é claro, fomos chamadas para esclarecer o assunto. O nosso amigo segurança nos disse que, se essa cena tivesse acontecido na rua, poderíamos ter sido encaminhadas a delegacia e imediatamente extraditadas. Pode !!!!
Não satisfeito, a criatura americana ficou esperando a gente sair da boite e nos seguiu. Tivemos que pegar um táxi e ficar rodando pela cidade para despistá-lo, isso às 6 da manhã. Aproveitamos para ver o nascer do sol na praia. Belíssimo!
No domingo, cansadas, fomos até o Parque Guell, que transpira Gaudí. Mas estava tão insuportavelmente lotado, em decorrência do Festival de Verão, que assim que conseguimos um espacinho para sentar, nos prostramos.
Estudantes são costumeiramente escassos de dinheiro e comigo não foi diferente. No último dia em Barcelona, já estávamos pobres e tivemos que recolher todos as moedas para conseguir comer. Dividimos no café da manhã, uma porção de churros com chocolate (imperdível) e no almoço 2 pequenos sanduíches de atum, para 4 pessoas. É, vida dura!
A volta para Madri foi um pouco (para não dizer muito) pior que a ida. Não conseguimos vagão leito, então voltamos sentadas em um vagão minúsculo, com 8 poltronas (4 de cada lado) sem espaço para esticar as pernas e muito menos deitar. Não podia ser diferente: 10 horas de viagem, sem pregar os olhos.
Mas o final de semana foi inesquecível !!!

Dicas:
  • Ramblas: dois km de bares e restaurantes 24 horas, visite também o Mercado de San Joseph (La Boqueria) e a antiga fábrica de tabacos das Filipinas.
  • Nou Camp: estádio do Barcelona, aproveite para ver o museu.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sevilha e o seu flamenco

No primeiro final de semana na Espanha, fomos a Sevilha. Partimos da estação Atocha em um trem rápido (AVE) que mais parece um avião, até melhor, e depois de 2 horas de uma linda paissagem de campos de girassóis, chegamos a capital da Andaluzia.
Sevilha é maravilhosa e estava muito quente (47 graus), até para mim, que amo o calor.
Ficamos em um albergue bem bacana.
Como chegamos tarde, fomos aproveitar a noite em um bar localizado no estreito do rio Guadalquivir, no charmoso bairro de Triana, bem propício para o verão.
No dia seguinte, saimos para andar, afinal não há melhor meio de transporte recomendado para conhecer o maior número de lugares em tão pouco tempo. Fomos primeiro ao Parque Maria Luisa, a Plaza de España e depois ao Palácio Reales Alcázares, um lugar explendido com muitos jardins e uma arquitetura muçulmana/cristã, cenário do filme "Missão Impossível II", onde o Tom viu seu par romântico pela primeira vez. Ao lado do Palácio, fica a catedral gótica e a torre Giralda, tão bonitos quanto.
Quando entrei na igreja me surpreendi, o altar era todo em ouro, as estátuas, os santos, os cálices, os sagrados, tudo belíssimo. Foi uma emoção imensa. Fiquei encantada com o local.
Passado o transe, subi a escadaria da torre, de onde se abre a mais ampla e bela vista da cidade. Maravilhoso!
Para descansar um pouco, fomos a uma das muitas docerias da cidade. Não dá para resistir. Programa imperdível. Ah! Foi nessa cidade também que comi o melhor atum da minha vida, nada daqueles enlatados, e sim uma bela e saborosa peça do peixe, banhado no azeite.
No final da tarde, esgotadas, resolvemos voltar ao albergue de ônibus, quando de repente avistamos um belo rapaz. Passamos por ele, admiradas, quando resolvemos voltar e abordá-lo. Também não dava para resitir àquela cor de pele queimada pelo sol e pernas tão robustamente definidas. Cercamos o pobrezinho de uma forma que foi impossível escapar e como coincidentemente estava hospedado no mesmo albergue que a gente, fomos todos caminhando juntos, depois de mais um passeio (já com os pés doendo, o que a gente não faz por um homem bonito. Afe!).
Tratava-se de um bombeiro americano, que estava passando férias sozinho na Espanha (coitadinho, sem companhia) e não falava uma palavra de espanhol. Já no albergue, ele mostrou suas aptidões...tarado! Diante de 5 mulheres, centro das atenções, é claro que ia tirar uma casquinha, afinal na terra de Don Juan...
A noite fomos a uma Taverna, assistir a um espetáculo flamenco, programa também obrigatório. Lugar pequeno, aconchegante, com muita música, dança e sangria. Ulalá! Andar pelas ruelas do bairro Santa Cruz é espetacular.
Lindo !!! Recomendo.

Dicas:
  • Catedral e La Giralda - Plaza del Triunfo, s/n
  • Reales Alcazares - Plaza del Triunfo, s/n
  • Parque Maria Luisa e Plaza de España - ao sul da catedral
  • Torre del Oro - Paseo del Colón, s/n
  • Cafeteria La Campana - Plaza del Salvador

Copa do Mundo 1998 - a comemoração (e a tragédia)

No dia 07/07/98, na semi-final da Copa da França, jogo entre Brasil e Holanda, com final totalmente diferente do desastroso 1x2 desta última Copa, fomos a Casa do Brasil. Trata-se de uma residência de estudantes estrangeiros que vivem em Madri, localizado próximo a embaixada do Brasil no bairro de Moncloa, belíssimo, onde também está a residência oficial do presidente do governo.
Jogo do Brasil, vários brasileiros reunidos, só podia ter samba e muito verde-amarelo, além da festa, é claro...Fora brasileiros, o lugar estava lotado de estrangeiros, todos em busca de alegria.
Após uma sofrida vitória da nossa seleção, fomos terminar (ou melhor começar) a comemoração no centro da capital. Já na estação de metro, estendemos uma imensa bandeira em um dos últimos vagões e lá mesmo, o samba tomou conta do local...por alguns minutos o metro ficou parado na estação em virtude de uma algazarra brasileira...imagina dezenas de pessoas felizes, pulando e cantando dentro do vagão!
Fechamos uma rua próximo a Puerta del Sol (onde encontram-se alguns bares brasileiros) e a festa continuou até a madrugada. Me lembro dos moradores gritarem e jogarem água sobre nós, mas nada fazia parar a alegria brasileira...
Foi emocionante assistir e comemorar a vitória da seleção brasileira longe do país. A união é maior e muito mais calorosa. Super experiência !!!
Porém, a final da Copa foi frustrante. Todos lembram do desastre da seleção frente os franceses. O pior foi aguentar no dia seguinte, o diretor da escola, que é claro, é francês, caçoando da gente.
Fomos novamente assistir o jogo na Casa Brasil, no mesmo esquema da semi-final, confiantes e prontos para mais uma festa. Lembro que neste dia, como a maioria dos estudantes estrangeiros, estávamos sem dinheiro para a passagem do metro, e fizemos uma coisa bem feia...pulamos a catraca...crianças não façam o mesmo...Enfim! a segurança não é lá essas coisas ou fingiram não ver 4 garotas burlando a lei...
Mas nada de festa, no final do jogo voltamos para casa curtir uma ressaca moral.

A vida em Madri

Ah, a vida em Madri...

Fervilha dia e noite...programas para todos os gostos (cafés, restaurantes, museus, parques, bares). É impossível resistir a essa capital de energia... Para aproveitar Madri é preciso viver como os moradores, comer bem (e muito), beber, aproveitar a vida noturna e dormir após o almoço...a sesta deveria ser lei mundial...E foi exatamente isso que fiz, vivi como uma madrileña (o que não é nada difícil). A capital espanhola proporciona isso as pessoas, que se sintam em casa.
Já na primeira semana, parecia que o mundo ia acabar...aproveitei cada minuto naquela louca e quente cidade, enfim era verão e a temperatura passada de 40 graus. Pela manhã, ia ao colégio e no intervalo das aulas, ao mercado que ficava ao lado da escola (comer os maravilhosos doces espanhóis). Ao final, almoçávamos em restaurantes aos arredores. Como no programa do intercâmbio só estavam inclusos o desayuno e a cena, tínhamos que bancar a refeição do meio dia. O bom é que há restaurantes pequenos e charmosos, com mesas na calçada e de boa qualidade, espalhados pela cidade, e é claro, com a maravilhosa vantagem de ser de baixo custo. Aqui, vale salientar que em 1995 o Euro não estava unificado em toda a Europa e a moeda local era peseta.
O "pacote" de almoço incluía uma entrada, um prato principal (geralmente massa ou peixe) e uma sobremesa (deliciosos flans de baunilha)...Maravilhoso, mas engordativo. Mais uma vez dá para entender a necessidade da sesta.
Durante esse período após o almoço, onde a cidade literalmente para, aproveitávamos para nos descansar também, geralmente deitada em uma das lindas praças locais ou sentada nas cadeiras da Plaza Mayor. Depois, quando Madri retornava a mil, por volta das 16 horas, era só caminhar e descobrir o que a cidade tinha a oferecer...
Voltava para casa às 20 horas, ainda claro por causa do horário de verão e tomava um banho. Detalhe: na Espanha um banho é mais do que suficiente, mesmo no verão - eles tem esse pensamento meio francês de "economizar" água. O jantar era outro exagero gastronômico, uma salada de entrada, um "super" prato principal e uma sobremesa, nesse caso, melancia, sempre banhado de vinho (de caixinha tetra pak) ou cerveja. Rosario sempre sentava-se ao meu lado na mesa, para conversarmos e bebermos, é claro, ela também era chegada em uma birita. Mas convenhamos, a alimentação é extremamente saudável e balanceada, o que talvez explique toda a disposição e alegria daquele povo.
Após o jantar, era só me arrumar para a balada. Às 22/23 hrs saíamos, sempre de metro, que tem uma extensa e fácil linha férrea, e iniciávamos a noite em bares, pois é, no plural, pois como não há aquela tal consumação de entrada, frequentar vários bares em uma noite é comum.
Os bares na chamada Madri Vieja são excelentes. Com boa música, boa comida, gente bonita e muita diversão, são "esquenta" fácil para uma balada mais nervosa, que começa depois das 2 da madrugada, ou seja, chegar em casa às 7 da manhã não é nada absurdo na Madri que nunca dorme (pois já dormiu o suficiente durante a sesta).
As quintas-feiras íamos sempre ao Palácio Gaviria (calle Arenal, 9), que promoviam festas para os estrangeiros, com alta concentração também de madrileños. Um lugar fascinante, antigo palácio europeu, com largas e suntuosas escadas e diversas obras de artes espalhadas pelos imensos e exuberantes salões. Em cada um, tocava um ritmo diferente de música (para todos os gostos). E o povo dançava, ah, como dançavam...eu, que gosto pouco de admirar o sexo masculino requebrando, amei. Detalhe, quem imagina que o brasileiro é "tarado" e rápido na azaração, errou, os espanhóis tem um sex-appeal e uma "calienzia" imbátiveis. Fácil ser abordada, o problema é ensiná-los o momento de parar (passar a mão no bumbum de estranhos é um ato comum).
Mas não é só de festa que vive Madri. Os parques são maravilhosos e os museus também são magníficos. Aproveitei minha estada em Madri para fazer um curso de arte espanhola, que tornou-se a minha paixão. Picasso, Dalí e Miró são conhecidamente admiráveis, mas essa arte vai muito além. Todos falam sobre o grande Museu del Prado, com obras notórias de Goya e Velasquez, mas o que mais gostei foi o Reina Sofía, onde estão concentrados as mais importantes obras de Picasso e Dalí, inclusive a gigante Guernica. Lá também pude admirar a exposição itinerante de Federico García Lorca, escritor espanhol, que foi executado com um tiro na nuca, vítima da Guerra Civil Espanhola. Além disso, vale a pena a visita a Fundação Lázaro Galdiano, onde a quantidade de pessoas é limitada, sendo necessário agendar a visita.
As compras: além do famoso El Corte Inglês, há várias lojas acessíveis na região da Gran Via e Puerta del Sol, além daquelas espalhadas pelos shoppings ou as luxuosas no bairro de Salamanca (entrei na Louis Vuitton, após passar por um segurança enorme, só para "ver" o precinho de uma "pochete" - sai correndo). Foi lá também que conheci a rede Zara e me apaixonei. Além de comprar várias roupinhas, com tamanhos bem brasileiros, trouxe presente para todos.
E as touradas...não sou adepta dessa prática, mas não pude deixar de conhecer a Plaza Toros de las Ventas. Sorte: assisti um show de blues e flamenco com Raimundo Amador e o magnífico B.B. King...Demais! O surpreendente mesmo foi a prática da plateia, todos fumando haxixe, homem, mulher, jovem, "maduro"...era uma passassão de "beck"...Policias estavam lá para manter a paz e não recriminar o consumo da droga, que é claro, também é ilegal naquele país...Enfim, no meio disso tudo, troquei a maconha pelas cervejas oferecidas por um grupo de "senhores".
Madri é o lugar que escolhi para viver....um dia, é claro !!!

  • Museus: Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (calle Santa Isabel, 52), Museu do Prado (Paseo del Prado, s/n), Museu Lázaro Galdiano (calle Serrano, 12)
  • Praças: Puerta del Sol, Plaza Mayor, Plaza de las Cibeles, Plaza de España, Plaza de Colón, Parque del Retiro
  • Outros passeios imperdíveis: Palácio Real (calle de Bailén), Igreja de São Jeronimo o Real (calle de Moreto, 4), Puerta de Alcalá, Estação Puerta de Atocha, Estádio de futebol Santiago Bernabeu (paseo de la Castellana).