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Aqui relato algumas de minhas experiências em viagens, na maioria das vezes, feitas sozinha. Fatos, experiências, histórias, lugares e pessoas fascinantes que encontrei pelo caminho. E é claro, algumas precauções para uma viagem tranquila e radiante.
Também aceito dicas e experiências alheias. Trocas serão sempre bem vindas.
Beijos

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A vida em Madri

Ah, a vida em Madri...

Fervilha dia e noite...programas para todos os gostos (cafés, restaurantes, museus, parques, bares). É impossível resistir a essa capital de energia... Para aproveitar Madri é preciso viver como os moradores, comer bem (e muito), beber, aproveitar a vida noturna e dormir após o almoço...a sesta deveria ser lei mundial...E foi exatamente isso que fiz, vivi como uma madrileña (o que não é nada difícil). A capital espanhola proporciona isso as pessoas, que se sintam em casa.
Já na primeira semana, parecia que o mundo ia acabar...aproveitei cada minuto naquela louca e quente cidade, enfim era verão e a temperatura passada de 40 graus. Pela manhã, ia ao colégio e no intervalo das aulas, ao mercado que ficava ao lado da escola (comer os maravilhosos doces espanhóis). Ao final, almoçávamos em restaurantes aos arredores. Como no programa do intercâmbio só estavam inclusos o desayuno e a cena, tínhamos que bancar a refeição do meio dia. O bom é que há restaurantes pequenos e charmosos, com mesas na calçada e de boa qualidade, espalhados pela cidade, e é claro, com a maravilhosa vantagem de ser de baixo custo. Aqui, vale salientar que em 1995 o Euro não estava unificado em toda a Europa e a moeda local era peseta.
O "pacote" de almoço incluía uma entrada, um prato principal (geralmente massa ou peixe) e uma sobremesa (deliciosos flans de baunilha)...Maravilhoso, mas engordativo. Mais uma vez dá para entender a necessidade da sesta.
Durante esse período após o almoço, onde a cidade literalmente para, aproveitávamos para nos descansar também, geralmente deitada em uma das lindas praças locais ou sentada nas cadeiras da Plaza Mayor. Depois, quando Madri retornava a mil, por volta das 16 horas, era só caminhar e descobrir o que a cidade tinha a oferecer...
Voltava para casa às 20 horas, ainda claro por causa do horário de verão e tomava um banho. Detalhe: na Espanha um banho é mais do que suficiente, mesmo no verão - eles tem esse pensamento meio francês de "economizar" água. O jantar era outro exagero gastronômico, uma salada de entrada, um "super" prato principal e uma sobremesa, nesse caso, melancia, sempre banhado de vinho (de caixinha tetra pak) ou cerveja. Rosario sempre sentava-se ao meu lado na mesa, para conversarmos e bebermos, é claro, ela também era chegada em uma birita. Mas convenhamos, a alimentação é extremamente saudável e balanceada, o que talvez explique toda a disposição e alegria daquele povo.
Após o jantar, era só me arrumar para a balada. Às 22/23 hrs saíamos, sempre de metro, que tem uma extensa e fácil linha férrea, e iniciávamos a noite em bares, pois é, no plural, pois como não há aquela tal consumação de entrada, frequentar vários bares em uma noite é comum.
Os bares na chamada Madri Vieja são excelentes. Com boa música, boa comida, gente bonita e muita diversão, são "esquenta" fácil para uma balada mais nervosa, que começa depois das 2 da madrugada, ou seja, chegar em casa às 7 da manhã não é nada absurdo na Madri que nunca dorme (pois já dormiu o suficiente durante a sesta).
As quintas-feiras íamos sempre ao Palácio Gaviria (calle Arenal, 9), que promoviam festas para os estrangeiros, com alta concentração também de madrileños. Um lugar fascinante, antigo palácio europeu, com largas e suntuosas escadas e diversas obras de artes espalhadas pelos imensos e exuberantes salões. Em cada um, tocava um ritmo diferente de música (para todos os gostos). E o povo dançava, ah, como dançavam...eu, que gosto pouco de admirar o sexo masculino requebrando, amei. Detalhe, quem imagina que o brasileiro é "tarado" e rápido na azaração, errou, os espanhóis tem um sex-appeal e uma "calienzia" imbátiveis. Fácil ser abordada, o problema é ensiná-los o momento de parar (passar a mão no bumbum de estranhos é um ato comum).
Mas não é só de festa que vive Madri. Os parques são maravilhosos e os museus também são magníficos. Aproveitei minha estada em Madri para fazer um curso de arte espanhola, que tornou-se a minha paixão. Picasso, Dalí e Miró são conhecidamente admiráveis, mas essa arte vai muito além. Todos falam sobre o grande Museu del Prado, com obras notórias de Goya e Velasquez, mas o que mais gostei foi o Reina Sofía, onde estão concentrados as mais importantes obras de Picasso e Dalí, inclusive a gigante Guernica. Lá também pude admirar a exposição itinerante de Federico García Lorca, escritor espanhol, que foi executado com um tiro na nuca, vítima da Guerra Civil Espanhola. Além disso, vale a pena a visita a Fundação Lázaro Galdiano, onde a quantidade de pessoas é limitada, sendo necessário agendar a visita.
As compras: além do famoso El Corte Inglês, há várias lojas acessíveis na região da Gran Via e Puerta del Sol, além daquelas espalhadas pelos shoppings ou as luxuosas no bairro de Salamanca (entrei na Louis Vuitton, após passar por um segurança enorme, só para "ver" o precinho de uma "pochete" - sai correndo). Foi lá também que conheci a rede Zara e me apaixonei. Além de comprar várias roupinhas, com tamanhos bem brasileiros, trouxe presente para todos.
E as touradas...não sou adepta dessa prática, mas não pude deixar de conhecer a Plaza Toros de las Ventas. Sorte: assisti um show de blues e flamenco com Raimundo Amador e o magnífico B.B. King...Demais! O surpreendente mesmo foi a prática da plateia, todos fumando haxixe, homem, mulher, jovem, "maduro"...era uma passassão de "beck"...Policias estavam lá para manter a paz e não recriminar o consumo da droga, que é claro, também é ilegal naquele país...Enfim, no meio disso tudo, troquei a maconha pelas cervejas oferecidas por um grupo de "senhores".
Madri é o lugar que escolhi para viver....um dia, é claro !!!

  • Museus: Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (calle Santa Isabel, 52), Museu do Prado (Paseo del Prado, s/n), Museu Lázaro Galdiano (calle Serrano, 12)
  • Praças: Puerta del Sol, Plaza Mayor, Plaza de las Cibeles, Plaza de España, Plaza de Colón, Parque del Retiro
  • Outros passeios imperdíveis: Palácio Real (calle de Bailén), Igreja de São Jeronimo o Real (calle de Moreto, 4), Puerta de Alcalá, Estação Puerta de Atocha, Estádio de futebol Santiago Bernabeu (paseo de la Castellana).










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